quinta-feira, 5 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

mais fotos... enquanto tento achar o pq...

Diálogos sempre foram difíceis pra mim. Talvez seja a própria condição da nossa sociedade, ou talvez nesse exato momento eu esteja tentando encontrar causas externas, pra fatores que são internos. Na verdade eu acho que interajo melhor com coisas do que com pessoas, tudo bem que algumas pessoas são menos interessantesa do que o teclado do meu computador, ou do que um bom livro, mas o caso da manhã de hoje não foi esse, pq eu nào consegui me comunicar com uma pessoa a qual eu amo, e isso é um problema, aliás muito comum nessa coisa chamada de tempos modernos, conseguimos nos comunicar com um estudante do Azerbaijão, mas não conseguimos nos comunicar com nossos vizinhos.
Estávamos descendo a nossa rua e passamos pelo terreno dessas fotos, minha namorada perguntou no que meu trabalho contribui? A pergunta me pegou desprevinido, eu disse que estava só tomando a cidade pra mim. E ela disse, mas onde que a arquitetura se encaixa? eu disse em nada, ela não serve pra nada, e o quê eu gosto mesmo de fazer é desenhar banheiro pra madames. Ela entrou no ônibus, e isso ficou martelando... voltei pra casa, tratei do cachorro, aliás, esse sim é um arquiteto nato, com a quantidade de entulho que há em nosso quintal, ele subverte e cria seu próprio espaço.
Mas... tentando achar o porque enquanto eu acendo mais um cigarro... eu creio que a maneira como a cidade se implanta no território é violenta, a grelha, os carros, a sujeira, os muros, as cercas elétricas, as enchentes, a violência... tudo isso é muito presente, é universalizante e são raros os momentos em que escapamos do raio de ação do sistema. Na verdade eu quero fazer com a cidade aquilo que o meu cachorro faz com o meu quintal, alguém poderia dizer: emporcalhar, pode até ser, mas o que realmente eu quero reencontrar o prazer em viver na cidade, e tentar fazer das minhas idéias, algo perigoso...