quinta-feira, 22 de maio de 2008

um pouquinho de delinquência






Fotos: veri e bolhão
desenhos de autoria do coletivo costeleta

terça-feira, 6 de maio de 2008

Um Rolê...

Feriado com cara de preguiça, frio, céu nublado, clima perfeito pra se curtir uma preguiça, programas a dois, filmes pipocas ... Minha namorada precisava dar uma volta pela Avenida das Nações Unidas, um dos principais eixos viários da cidade de Bauru, já que essa era a sua área de estudo para um trabalho que foi entregue nessa semana e como essa cidade que parece um filme B é objeto de estudo desse meu trabalho de conclusão de curso, caminhar no frio é gostoso, nós estavamos naquele clima de amor... Porquê não!?
O caminho de sua casa até a rodoviária levou minha memória até um ponto não muito distante, no meu primeiro contato com esse lugar. Quando encontrei meu amigo no desembarque e fomos pro seu apartamento. Minha primeira impressão foi de estar num trevo da rodovia Anhanguera, mais exatamente no trevo que fica no limite entre Pirituba e Osasco na grande São Paulo. "Puta avenidão..." pensei... a sensação durou o fim de semana inteiro, o caminho para a prova específica, o imperdível churros... Um corte e diferentes fragmentos em cada lado do sanduíche.
Morando na cidade eu descobri que nome do sanduíche vem da cidade e não o contrário, fiquei sabendo que av. das Nações, corta a cidade de norte a sul, que a grosso modo a vida na cidade rola ao longo de algumas avenidas chaves que funcionam como fronteiras também, que a cidade se desenvolveu graças a ferrovia e com a decadência da segunda, a primeira sofreu bastante. Que concentração fundiária é das bravas, muitos vazios especulativos, algumas cicatrizes espaciais deixadas pelo poder público, que a divisão em quadrículas ignora a topografia da cidade, que eu faria os mesmos caminhos por 6 anos, uma periferia cada vez mais afastada do centro, mais vazios, uma cidade pensada pro carro... Morar no centro... desvalorização imobiliária, vazios, párias, ruas tomadas a noite, vizinhos, polícia, tráfico, buracos, potenciais...
A tarde cai fria, vem a noite, numa república próxima choconhaque mais uma volta, o destino um viaduto inacabado, próximo aos trilhos, co caminho memórias do inconciente coletivo da cidade, trabalhadores cansados, uma quermesse, pontos de ônibus lotados, bares fechando, um riozinho poluído, um lugar esquecido pela cidade, mais um entre tantos, dessa vez o mirante tava ocupado, meia volta, pensões um carro de polícia, amor e loucura à venda na esquina de casa, um cara grisalho numa ranger decidia se ia comer ou pedir pra embrulhar. Algumas quadras pra cima, as luzes apagadas velavam o sono de uma parte da cidade adormecida. Uma luz acesa no final da rua, um soriso e uma boa noite de sono...